sexta-feira, 16 de maio de 2008

Linda poesia

Não, não cabe a você abrir os botões em flor.
Sacuda o botão, golpeie,
Está além do seu alcance fazê-lo desabrochar.
Seu toque o estraga.
Você arranca as pétalas em pedaços
E asperge-as ao chão,
Mas nenhuma cor surge e nenhum perfume.
Ah! Não cabe a você abrir os botões em flor.
Ele que é capaz de abrir o botão o faz tão singelamente.
Ele apenas olha e a seiva da vida se movimenta nas suas veias.
Ao seu hálito a flor estende suas asas
E tremula ao vento.
As cores lampejam como um anseio do coração, e o perfume delata um doce segredo.
Ele que é capaz de abrir o botão o faz tão singelamente.

(Poesia do indiano Tagore, retirada do livro o Evangelho Maltrapilho de Brennan Manning)

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Você é especial ( Max Lucado)


Era uma vez, um povo chamado xulingo. Os xulingos eram pequenos seres, feitos de madeira. Toda essa gente de madeira tinha sido feita por um carpinteiro chamado Eli. A oficina onde ele trabalhava ficava no alto de um morro, de onde se avistava a aldeia dos xulingos.
Cada xilungo era diferente dos outros. Uns tinham narizes bem grandes, outros tinham olhos enormes. Alguns eram altos, e outros bem baixinhos. Uns usavam chapéus, outros usavam casacos. Todos eles, porém, tinham sido feitos pelo mesmo carpinteiro e moravam na mesma aldeia.
E o dia inteiro, todos os dias, os xulingos só faziam uma coisa: colocavam adesivos uns nos outros. Cada xulingo tinha uma caixinha com adesivos dourados, em forma de estrela, e uma caixinha com adesivos cinzentos, em forma de bola. Em toda aldeia, indo e vindo pelas ruas, os xulingos passavam dia após dia colando estrelas e bolas uns nos outros.
Os mais bonitos, feitos de madeira lisa e tinta brilhante, sempre ganhavam. Mas, se a madeira era áspera ou se a tinta descascava, os xulingos colocavam bolas cinzentas.
Os xulingos que tinham algum talento também ganhavam estrelas.
Alguns xulingos, porém, não sabiam fazer muita coisa. Esses ganhavam bolinhas cinzentas.
Marcelino era um desses. Ele tentava pular bem alto como os outros, mas sempre caia. E, quando caia, os outros xulingos se juntavam à volta dele e lhe davam bolinhas cinzentas.

Às vezes, quando caía, sua madeira ficava arranhada, e, assim, os outros colavam mais bolinhas cinzentas nele.
Aí, quando ele tentava explicar porque tinha caído, dizia alguma coisa do jeito errado, e os xulingos colocavam mais bolinhas cinzentas nele.
Depois de algum tempo, Marcinelo tinha tantas bolinhas que nem queria sair de casa. Tinha medo de fazer alguma bobagem, porque os xulingos iriam colar nele mais uma bolinha .
- Ele merece ficar coberto de bolinhas cinzentas – as pessoas de madeira diziam umas às outras. – Ele não é um bom xulingo.
Depois de algum tempo, Marcinelo começou a acreditar neles. E vivia dizendo:
- Eu não sou um bom xulingo.

Certo dia, Marcinelo encontrou uma xulinga diferente de todas que ele conhecia. Ela não tinha nem estrelas nem bolinhas. Só madeira.

O nome dela era Lúcia.
E não era porque outros xulingos não tentassem colar adesivos em Lúcia. É que os adesivos não ficavam.
É assim que eu quero ser, pensou Marcinelo. Não quero ficar com as marcas de outras pessoas.
Então, ele perguntou à xulinga que não tinha adesivos como é que ela conseguia ficar assim.
- É fácil – respondeu Lúcia – todo dia, vou visitar Eli.
- Eli?
-Sim, Eli, o carpinteiro. Fico lá na oficina com ele.
- Por quê?
- Por que você não descobre por si mesmo? Suba o morro. Ele está lá em cima. E, dizendo isso, a xulinga que não tinha adesivos virou e foi embora, saltitando.
- Mas será que ele vai querer me ver? – gritou Marcinelo. Lúcia não ouviu.
Assim Marcinelo foi para casa. sentou-se junto à janela e observou toda aquela gente de madeira andando de um lado para outro, colando estrelas e bolinhas uns nos outros.

- Isso não é certo. – disse ele baixinho para si mesmo.
E decidiu ir ver Eli.
Marcinelo subiu pelo caminho estreito até o alto do morro e entrou na enorme oficina. Seus olhos de madeira se arregalaram com o tamanho das coisas. Ele engoliu em seco.
- Eu não fico aqui não! – e virou-se para ir embora.
Foi então que ouviu alguém dizer seu nome.
- Marcinelo? – a voz era profunda e forte.
Marcinelo parou.
- Marcinelo! Que alegria ver você. Chegue mais! Quero ver você bem de perto.
Marcinelo virou bem devagar e olhou para o enorme carpinteiro.
- Você sabe o meu nome? – perguntou o pequeno xulingo.
- É claro que sei. Fui eu que fiz você.
Eli se curvou, levantou Marcinelo e o colocou sentado no banco.
- Huummm! – disse pensativo o carpinteiro, olhando para todas aquelas bolinhas cinzentas. – Parece que você recebeu muitos adesivos ruins.
- Eu não queria que isso acontecesse, Eli, eu me esforcei para ganhar estrelas.
- Você não precisa se defender comigo, amiguinho. Eu não me importo com o que os outros xulingos pensam.
- Não?
- Não, e você também não precisa se importar. Quem são eles para dar estrelas ou bolinhas? São apenas xulingos como você. O que eles pensam, não importa, Marcinelo. A única coisa que importa é o que eu penso. E eu penso que você é muito especial.
Marcinelo deu uma risada.
- Eu, especial? Por que? Não sei correr. Não consigo pular. Minha tinta está descascando. Por que eu seria importante para você?
Eli olhou para Marcinelo, colocou suas mãos enormes naqueles pequenos ombros de madeira, e disse bem devagarinho:
- Porque você é meu. Por isso, você é importante para mim.
Nunca ninguém havia olhado assim para Marcinelo – Muito menos o seu Criador. Ele nem sabia o que dizer.
- Todo dia, tenho esperado a sua visita – explicou Eli. – Eu vim porque encontrei alguém que não tinha marcas. – Disse Marcinelo.
- Eu sei. Ela me falou sobre você.
- Por que os adesivos não colam nela?
O criador dos xulingos falou bem mansinho:
- Porque ela decidiu que o que eu penso é mais importante do que o que eles pensam. Os adesivos só colam se você deixar que colem.
- O quê?
- Os adesivos só colam se eles forem importantes para você. Quanto mais você confiar no meu amor, menos vai se importar com os adesivos dos xulingos.
- Acho que não estou entendendo.
Eli sorriu e disse:
- Você vai entender, mas levará tempo. Você tem muitos adesivos. Por enquanto, basta vir me visitar todo dia, e eu lhe direi como você é importante para mim.
- Eli ergueu Marcinelo do banco e o colocou no chão.
- Lembre-se – disse Eli quando o xulingo saía pela porta, - Você é especial porque eu o fiz. E eu não cometo erros.
Marcinelo nem parou, mas lá no fundo de seu coração pensou: acho que ele realmente se importa comigo.
E, quando ele pensou assim, uma bolinha cinzenta caiu ao chão.
FIM.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Uma história de amor (de Ricardo Gondim)


(Retirada do site do pastor Ricardo Gondim)


Meus queridos netos, hoje vou contar para vocês uma história impressionante.
Era uma vez, um homem muito birrento, teimoso como uma mula. Um dia ele sentiu, não se sabe como ou porquê, que Deus queria salvar um país vizinho. Mas ele não tolerava aquele povo; achava que eram maus, perversos, até não poder mais. Pensava, inclusive, que não devia se envolver com quem não merecia; que devia deixar que a história tomasse o seu próprio curso e que a degradação deles os levasse até a ruína total. Contudo, a palavra misericórdia martelou na cabeça dele com força até que não conseguiu dormir direito. Esse camarada resolveu fugir para muito longe.
O nome do fujão era Jonas. A cidade que ele não tolerava chamava-se Nínive. Então Jonas pegou um navio na direção oposta, para uma terra chamada Társis. A viagem foi tempestuosa com prognóstico de desastres ainda maiores. Os marinheiros, suspeitosos de que alguém ali carregava energias negativas atraindo a maldição dos deuses, jogaram sorte para saber quem trazia tanto azar. Bingo! Os dados mostraram que era o tal do Jonas e que havia uma contenda entre ele e o seu Deus. Não teve jeito, Jonas teve que ser jogado no mar para aplacar a ira divina.
Ainda hoje os marinheiros contam que esse Jonas foi engolido por um grande peixe e que, mesmo se derretendo dentro da barriga do monstro marinho, teve tempo de dialogar com o seu Deus - naquele tempo, as pessoas podiam sobreviver na barriga dos monstros marinhos. Jonas estava brabo, mas perdeu a discussão com o Todo-Poderoso – e quem poderia ganhar? Ele acabou cedendo em sua birra contra o Senhor e disse: "Ta bem, ta bem, eu vou. Vou fazer da minha vida um sacrifício a ti". E ainda pensou: "Perdido por um, perdido por mil".
Pelos portos do mundo, conta-se que Jonas ficou três dias na barriga do peixe, mas, depois, foi visto caminhando pela praia afirmando, inclusive, que o peixe tinha vomitado ele. Só depois desse aperreio todo, Jonas aceitou ir para Nínive.
Nínive era uma cidade enorme, parecia um labirinto. Naquele tempo não havia planejamento urbano e as pessoas construíam suas casas sem organização. Um homem normal passaria uns três dias para atravessá-la de um lado para o outro, mas, como Jonas estava com muita raiva, fez o percurso num só dia.
Jonas não queria bem a aquele povo de jeito nenhum; e sem vontade alguma, gritou feito um doido: "Daqui a quarenta dias Nínive será destruída". Imaginem, meus filhos, a má vontade deste profeta, que já antecipava aonde ia dar tudo aquilo.
Para resumir uma longa história, o rei de Nínive se apavorou – ele já andava preocupado com a decadência moral, espiritual e financeira do povo. E por ser muito supersticioso, logo que soube do mau agouro do profeta zangado, proclamou um dia nacional de arrependimento; ninguém comeu nada, nem os bichos ou os animais de estimação.
Aí, Deus soube do ocorrido e mandou um novo recado: "Tendo em vista o que esse povo fez e como abandonou os seus maus caminhos, eu me arrependo de ter falado em destruição. Não vou destruir nada e nem ninguém".
Quando Jonas soube que Deus havia se arrependido, ficou maluco; profundamente descontente. Sua fúria foi total, ao ponto de falar com Deus com raiva: "Senhor, não foi isso que eu disse quando estava em casa? Fique sabendo, que foi por isso que eu me apressei em fugir para Társis. Eu sabia que tu és Deus misericordioso e compassivo, muito paciente, cheio de amor e que promete castigar, mas depois te arrependes". Jonas ficou tão zangado com o arrependimento de Deus, que pediu para morrer.
Jonas fugiu de novo, mas agora só queria ficar sozinho e curtir a sua raiva. Ele se escondeu no lado do nascente da cidade, fez uma latada e ficou embaixo dela; dizem que ficou muito tempo emburrado, sem querer falar com ninguém. Deus, que não desiste dos brigões, fez crescer uma plantinha bem bonitinha para protegê-lo do sol. E como Jonas estava muito abatido e só, acabou por se afeiçoar pela ramagem. Um dia, quando acordou, a plantinha estava morta pelas lagartas. Nessa manhã, Jonas chorou muito.
Deus perguntou por que ele chorava. Jonas disse que sem a sua plantinha se sentia desprotegido, e que ela se tornara especial porque aprendera a amá-la. Deus então arrematou – olhem, quando Deus arremata, a gente fica sem palavras: "Você tem pena dessa planta, embora não a tenha podado nem a tenha feito crescer. Ela nasceu numa noite e numa noite morreu. Contudo, Nínive tem mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem nem distinguir a mão direita da esquerda – eles não sabem o certo do errado. Não deveria eu ter pena dessa grande cidade?".
Assim meus netos, nunca fiquem com raiva de Deus quando ele se arrepender. Os humanos só têm medo de perder a sua reputação porque não amam de verdade. Quem ama com um amor perfeito não "tem por usurpação que o ser igual a Deus seja algo a que se deva apegar, mas se esvazia e toma a forma de servo". Deus nos ama com o mais perfeito e puro amor e ele não tem medo de parecer inconsistente e nem precisa preservar a sua reputação divina – lembrem-se que para exercer misericórdia é preciso não ter medo de voltar atrás. Deus é compassivo e misericordioso, por isso, eu chamo de Graça a sua mais perfeita persistência em amar.
Soli Deo Gloria.

quinta-feira, 10 de abril de 2008

O príncipe e a plebéia



Era uma vez um príncipe bondoso e poderoso. Esse jovem príncipe era amado e querido por todos os seus súditos.
Em um belo dia, ao caminhar pelos domínios de seu reino, eis que o jovem príncipe avista ao longe, uma bela, mais humilde plebéia.
Eles trocam olhares, e a magia do amor acontece, foi amor a primeira vista, o príncipe se apaixona pela plebéia, e então ele começa a conquista-lá.
As mais bonitas e perfumadas flores, as mais belas juras de amor, e toda expressão de amor que você possa conhecer, o príncipe dispensou à plebéia, e o mais fantástico, é que ele tudo vez, não esperando nada mais em troca, a não ser o amor da plebéia.
Tanto amor e tanto carinho, mas lamentavelmente, eles não poderiam se casar, primeiramente por ele ser um príncipe, e um príncipe jamais poderia se casar com uma plebéia (o que realmente não era um problema para o príncipe, pois ele não se importava nem um pouco de sua amada ser uma plebéia), mais o que impedia de verdade a união dos dois, era uma drástica verdade, a plebéia tinha um cafetão.
O cafetão sentia-se o dono da plebéia, dizia que ela era dele, que ganhava muito dinheiro com ela, e que ninguém iria rouba-la.
Mas o príncipe não se deu por vencido, ele continuou amando demais a pobre plebéia, e então iniciou-se entre ele e o cafetão, uma terrível batalha.
E no calor da batalha, algo inesperado acontece, o jovem príncipe é atingido por um golpe mortal, e morre.
Como o cafetão ficou feliz nessa hora, ele não parava de comemorar.
Ah, meus queridos, os céus e a terra lamentavam a morte do jovem príncipe, sim, junto com a plebéia, anjos e homens começaram a prantear e chorar a morte do querido príncipe. Mas quando tudo parecia estar perdido, quando tudo parecia estar acabado, algo sem precedentes na historia acontece, o pai do príncipe, o rei todo poderoso assina um decreto e ressuscita o príncipe, e ao ressuscitar o príncipe outro milagre acontece, a plebéia vira princesa!!!!!!
Então o jovem príncipe expulsa o cafetão, e o manda para um cárcere por toda a eternidade.
O jovem príncipe fica noivo da princesa, e diz:
- Minha noiva querida, eu agora terei que fazer uma longa viagem, mas me espere, não se canse de me esperar, porque voltarei, e quando eu voltar, nós nos casaremos, e seremos felizes por toda a eternidade.
FIM!!!!!